terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Desculpas esfarrapadas










Estava a precisar de desanuviar e de fazer uma rotina extra no treino para o BTT... :)

domingo, 28 de dezembro de 2008

Castigo de Natal (Mesas + Serra da Boneca)

Feitas que estavam as asneiras do Natal, não mais restava senão castigar os gulosos com uma volta dura e sofrida, para aprenderem que os excessos de rabanadas, bolo-rei, pudim e molotov não passavam impunes!
Com o Nelson fora da corrida, alegadamente por causa de uma gripe suspeita (desculpas! desculpas!) restavam o Miguel, o João, o Nuno e moi même…

Estava destinada para hoje uma volta de categoria 5, ou seja, daquelas que garantem uma boa noite de sono e um par de pernas doridas durante umas boas horas.

À já exigente volta das Mesas (conhecida pelo parque de merendas que fica numa das extremidades), juntou-se mais uma subida que rivaliza com o já famoso Meco, e que nos levou novamente próximo dos 400 metros.

A ida até às Mesas é já quase trivial. Seguimos pela zona industrial de campo e sempre por atalho até Recarei. Daí, depois de uma subida em entrada, derivamos para o monte e para a longa subida para as Mesas. A subida até ao parque de merendas é longa e potencialmente penosa, especialmente nas 2 ou 3 rampas que nos brindam, aqui e ali, com um esforço adicional.
É um bom troço para os trepadores rolantes e com cadência certa, pelo que o Miguel e João, mantendo o ritmo certo, lá chegaram em adianto lá acima.

Eu parei no início da subida para ajustar o selim, que isto de inventar nas regulações antes de uma volta não é coisa que se faça! Consegui manter um ritmo relativamente certo e acabei por apanhar o Nuno a meio da subida. As mesas continuam a ser o calcanhar de Aquiles dele… No entanto ia-se vingar mais à frente!

A tradicional volta das mesas compreende a descida fatídica para Santa Comba, que, em menos de 8 meses já reclamou um braço partido ao Nelson e um braço deslocado ao João. Não é coisa com que se brinque…

Mas desta feita, ao invés de descer e vir logo embora, viramos um pouco a norte e descemos para o ribeiro, que nesta altura do ano se apresenta com uma simpática temperatura, o que garante uns pés congelados para o resto da volta, dada a impossibilidade de o atravessar sem molhar os pés, para depois subir à crista da Serra da Boneca.

Pés, que nem a pesada subida que se segue conseguiu aquecer. Aqui e ali com umas tiradas em força, fui subindo, mas pisei mais chão do que de outras vezes que por lá andei. Junte-se isso ao facto de ainda me estar a habituar à geometria menos racing da canyon e temos uma subida lenta e arrastada. Há que penar para evoluir…

E só para os que pensam que o serviço estava feito, no final, um par de rampas destroem qualquer ilusão de facilidade e a serra vende cara a conquista do topo.

Mas, a vingança serve-se fria, como os pés! A recompensa arrancada à serra é a brutal e arrebatadora “descida infinita”. São quase 4 quilómetros a descer a um ritmo frenético, pelo meio de um mar de pedra solta, regos pouco profundos e cotovelos que pedem abordagens profissionais, com pés fora dos pedais e rodas traseiras a chicotear em derrapagem. Os braços são severamente castigados e as pastilhas de travão também. Aqui e ali uma pedra mais expedita atinge o quadro com grande estrondo…

A subida faz parte do passado e a descida faz jus ao nome de “infinita”. Paramos num patamar a apreciar a vista, depois de muita adrenalina já libertada, e ainda só estávamos a meio da diversão.

Como disse acima, o Nuno teve a sua vingança. Munido de 10.6Kg de Focus, uma manitou de 80mm à frente e uma boa dose de loucura, lançou-se vorazmente à descida. Em tom jocoso comenta, no final, que eu, com os meus 120mm è frente e 115mm atrás, com uns pneus devoradores de chão, desço, basicamente, “a medo”.

É verdade, confesso. Do alto do quadro XL, do metro e noventa e dos meus 90 quilos, o mundo parece um lugar bem mais perigoso…

E de repente, tudo acaba e regressa a enganadora tranquilidade: A volta das Mesas, e todas as que acabam em Santa Comba, partilham de uma falsa sensação de reconforto assim que se pisa o alcatrão. “A volta está feita” diz o nosso lado mais desatento. Na verdade a súbita ausência de “mato” parece ser uma premonição de que a chegada a casa está perto.

Nada mais errado e os quilómetros de alcatrão e pouca terra que se seguem, são disso prova cabal. São estes poucos quilómetros que destroem o incauto ciclista.

No final, chegaram todos à estação em grupo. Uns mais queixosos que outros, outros mais doridos que uns. Os quilómetros finais até casa foram feitos em ritmo (muito) lento, já que o senhor que não desce como eu, “a medo”, estava completamente de rastos. Solidário como sou, tentei não gozar muito… afinal todos temos os nossos dias maus!

Venha por isso a próxima volta, só para castigar os excessos de ano novo!



quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

O novo portão

Hoje começamos a volta sem uma ideia bem fixa. Escolheu-se o ponto de entrada no monte, e a partir daí, logo se via.

A ideia era ser uma volta de comemoração do natal. O telefonema de véspera dizia para levarmos algo alusivo ao Natal. Eu levei duas renas no capacete, o Nuno levou decorações de natal e fitas coloridas no CamelBak. Para não variar os cromos do Miguel e do João, promotores da ideia, não levaram nada! Enfim...

Bem, o aquecimento é curto, rapidamente chegamos à base do monte de Quinta Rei e subimos para o primeiro pico do dia. A subida do Rampinha (o café). Embora não tivessemos começado lá em baixo, a parte divertida e penosa é mesmo a de monte e não o alcatrão.

A rampa inicial não perdoa e obriga a uma ponderação: Ou se sobe à força de sprint, correndo o risco de fazer "PUM" mal a rampa acabe, ou então subir mais devagar e arriscar parar a meio.

De uma forma ou de outra a subida é muito mais do que a rampa inicial e apesar de ser relativamente curta é exigente. Rapidamente nos coloca na crista do monte e, mais uma rampa volvida, estamos no topo.

O plano inicial era descer para as "pontes" mas os serviços florestais andavam a fazer abate de eucaliptos. No track GPS nota-se o ponto onde voltamos para trás. Acabou por não causar transtorno, já se se calcorrearam uns caminhos novos até ás instalações de Quinta Rei.

Aí chegados o destino já é mais claro. Subir ao marco geodésico! Já anteriormente tinha comentado como a suspensão total torna a parte final dessa subida, inteiramente em maciços de pedra, bem mais confortável.

O miguel lá pediu a Focus emprestada ao Nuno e experimentou os velhos tempos de subir numa rígida com extensores de guiador. Os 10.5 quilos da bicicleta não se fizeram rogados, exigindo sempre uma pedalada forte para manter a subida fluída. Escusado será dizer que o Miguel teve tempo para ver a paisagem lá em cima enquanto esperava pelo resto dos empenados...

A meio da subida, ia eu descansado na roda do João, a Merida dele revoltou-se. A frente levantou no ar, qual mustang selvagem, e o João rodou 180º sobre o pneu traseiro, aterrando com a roda da frente a escassos centímetros da minha roda da frente. Refeitos do susto, ainda demos umas valentes gargalhadas à conta do inadvertido "pião".

No Marco Geodésico decidimos então a segunda parte da volta. Chãos > Sanatório > Portão > Corta-fogo de Couce.

Este percurso é um clássico. É curto, fazendo-se em pouco mais de uma hora, tem umas subidas bravas, umas descidas valentes, a adrenalina do corta fogo e uma parte mais rolante até casa. Serve de iniciação a novos BTTistas, de treino, de volta para quando não há muito tempo e de acrescento a outras voltas.

Fizemos a volta clássica até à estrada, descidos do sanatório, no entanto hoje o Miguel foi mostrar um caminho novo, que se apresenta logo com uma valente descida, meia corta-fogo, meia valas e regos que faz as delícias dos fabricantes de pastilhas de travão.

No final, ficamos num trilho paralelo ao trilho tradicional da descida do portão. No entanto este acaba por ser bem mais interessante já que segue ao longo do ribeiro. Mas, ao contrário do caminho tradicional, tem, aqui e ali, 2 rampas bem puxadas que obrigam a um esforço suplementar. Nada que estrague a beleza do trilho. Cross Country no seu melhor!

O trilho desemboca no largo do corta-fogo, para a apoteótica descida final. E foi precisamente na última pedalada, mesmo ao chegar ao largo do corta-fogo que o inesperado aconteceu. Um som metálico faz virar as cabeças na direcção da bicicleta do Miguel, e 2 segundos depois o motivo do barulho estava claramente à vista. O desviador traseiro, agonizante, ficava agora acima do aperto da roda!

A força nos pedais é tanta, que o dropout pura e simplesmente partiu!
Felizmente foi num local onde já não se pedalava nem em força, nem em velocidade, pelo que o estrago se resumiu apenas ao dropout.

10 minutos bastaram para que se trocasse o dropout por um novo, que em jeito de prevenção anda sempre na mochila. Há que encomendar mais um par, não vá o diabo tecê-las de novo!

O resto da volta é trivial. Estradão de Couce até à estrada principal, e depois, casa.

Fica um interessante gráfico de altimetria, com 3 cumes, numa volta que aparentemente parecia simples.

É a sorte que temos em ter um recreio de BTT, mesmo ao lado de casa! Nunca se esgotam as opções e sai sempre uma volta divertida.


sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A volta do meco

(inserir palavrão à escolha aqui)!!!!
A subida nunca mais acaba!


Pois é, a subida aos 410 metros do chamado "meco" não é nada macia não! São praticamente 4 quilómetros sempre a subir, que, felizmente, culminam numa vista portentosa sobre o vale de Santa Comba e arredores.

A pedra molhada é, nesta altura, um problema já que se apresenta extremamente escorregadia, o que levou a um slide inadvertido e a uma beijoca da telega no chão. Felizmente não riscou e muito menos empenou, portanto tudo ok para continuar.

Menos sorte teve o N. cujo selim continua a revelar-se de trato complicado. Para evitar males maiores de uma longa subida sentado, só nos acompanhou até Santa Comba.

O prazer da volta não se fica no entanto pelas vistas no topo, já que a alucinante descida que se segue só termina junto ao rio, na Senhora do Salto. Não há muito tempo para pensar! Mas o perigo espreita! Ao longo da decida havia algumas lombas com zonas de ataque em forma de vala, que fizeram voar o M. Voo controlado com direito a aterragem segura.

Já o I. mostrou como se desce fragas de pedra com a sua BH, enquanto os meninos iam à volta onde o caminho era bom. No final havia discos a fumegar e alguns sustos para contar.

Na parte final e por contingências da hora, eu voltei directo por couce, enquanto os 3 da boa vida foram pela serra da pia. Verdade seja dita que chegamos com poucos minutos de diferença, mas foi o suficiente para eu lavar e arrumar a Canyon pronta para a próxima saída. No estradão de couce consegui ainda vislumbrar o J. a descer a parte final, em direcção à ponte do rio.

Ficam as imagens da altimetria e do percurso. Fotos para já ainda não há. Vamos tentar por uma máquina digital operacional para estas lides.

Brevemente coloco também o track GPS.


quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

A Equipa Malandra

A M.A.L.A.N.D.R.A é uma colectividade recreativa de amigos que conta já com mais de uma dezena de anos de existência.

Começou por ser um clube de exploração ambiental, mas rapidamente se transformou numa potência do futebol na zona da Estação de Valongo onde por meio de OPAS hostis, adquiriu o passe de quase todos os jogadores no raio de 50 metros da sede situada na adega do número 33.

A M.A.L.A.N.D.R.A não podia deixar de estar presente nos primórdios do BTT Valonguense, quando os romanos extraíam os últimos 3 gramas de ouro da serra e os extensores de guiador em alumínio anodizado (azul, roxo e rosa) eram a última moda, pela módica quantia de dois contos cada. O capacete era considerado "fatela" portanto foram realizados milhares de quilómetros, a desafiar pedras afiadas e ramos caídos, sem qualquer tipo de protecção. Quadros de alumínio eram opcionais e um bidão de 500ml de água tinha de dar para uma tarde de passeata. Não havia direito a comida.

Por razões que se prenderam com a falta de capital, a entrada na faculdade ou simplesmente o maior interesse pelo desporto que consiste em comer francesinhas, postas de bife e outras coisas que engordam, a equipa parou alguns anos.

Mantivemos um olheiro no mundo do BTT que entretanto se diplomou e agora é o mecânico de serviço de metade dos BTTistas de Valongo e claro, quando a equipa M.A.L.A.N.D.R.A está em tour.

Voltamos agora amadurecidos, com bicicletas da moda e equipamentos todos bonitos, percorrendo os trilhos das serras das redondezas como se não houvesse amanhã. O capacete nunca fica em casa, levamos 2 litros de água ás costas e barrinhas de cereais para dar energia. Mas é claro que o espírito de aventura ainda permanece!

Este blog servirá portanto, para mostrar um pouco dos locais por onde andamos. Com sorte haverá textos, com muita sorte, um track GPS e fotografias.

A ver vamos!