quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

O novo portão

Hoje começamos a volta sem uma ideia bem fixa. Escolheu-se o ponto de entrada no monte, e a partir daí, logo se via.

A ideia era ser uma volta de comemoração do natal. O telefonema de véspera dizia para levarmos algo alusivo ao Natal. Eu levei duas renas no capacete, o Nuno levou decorações de natal e fitas coloridas no CamelBak. Para não variar os cromos do Miguel e do João, promotores da ideia, não levaram nada! Enfim...

Bem, o aquecimento é curto, rapidamente chegamos à base do monte de Quinta Rei e subimos para o primeiro pico do dia. A subida do Rampinha (o café). Embora não tivessemos começado lá em baixo, a parte divertida e penosa é mesmo a de monte e não o alcatrão.

A rampa inicial não perdoa e obriga a uma ponderação: Ou se sobe à força de sprint, correndo o risco de fazer "PUM" mal a rampa acabe, ou então subir mais devagar e arriscar parar a meio.

De uma forma ou de outra a subida é muito mais do que a rampa inicial e apesar de ser relativamente curta é exigente. Rapidamente nos coloca na crista do monte e, mais uma rampa volvida, estamos no topo.

O plano inicial era descer para as "pontes" mas os serviços florestais andavam a fazer abate de eucaliptos. No track GPS nota-se o ponto onde voltamos para trás. Acabou por não causar transtorno, já se se calcorrearam uns caminhos novos até ás instalações de Quinta Rei.

Aí chegados o destino já é mais claro. Subir ao marco geodésico! Já anteriormente tinha comentado como a suspensão total torna a parte final dessa subida, inteiramente em maciços de pedra, bem mais confortável.

O miguel lá pediu a Focus emprestada ao Nuno e experimentou os velhos tempos de subir numa rígida com extensores de guiador. Os 10.5 quilos da bicicleta não se fizeram rogados, exigindo sempre uma pedalada forte para manter a subida fluída. Escusado será dizer que o Miguel teve tempo para ver a paisagem lá em cima enquanto esperava pelo resto dos empenados...

A meio da subida, ia eu descansado na roda do João, a Merida dele revoltou-se. A frente levantou no ar, qual mustang selvagem, e o João rodou 180º sobre o pneu traseiro, aterrando com a roda da frente a escassos centímetros da minha roda da frente. Refeitos do susto, ainda demos umas valentes gargalhadas à conta do inadvertido "pião".

No Marco Geodésico decidimos então a segunda parte da volta. Chãos > Sanatório > Portão > Corta-fogo de Couce.

Este percurso é um clássico. É curto, fazendo-se em pouco mais de uma hora, tem umas subidas bravas, umas descidas valentes, a adrenalina do corta fogo e uma parte mais rolante até casa. Serve de iniciação a novos BTTistas, de treino, de volta para quando não há muito tempo e de acrescento a outras voltas.

Fizemos a volta clássica até à estrada, descidos do sanatório, no entanto hoje o Miguel foi mostrar um caminho novo, que se apresenta logo com uma valente descida, meia corta-fogo, meia valas e regos que faz as delícias dos fabricantes de pastilhas de travão.

No final, ficamos num trilho paralelo ao trilho tradicional da descida do portão. No entanto este acaba por ser bem mais interessante já que segue ao longo do ribeiro. Mas, ao contrário do caminho tradicional, tem, aqui e ali, 2 rampas bem puxadas que obrigam a um esforço suplementar. Nada que estrague a beleza do trilho. Cross Country no seu melhor!

O trilho desemboca no largo do corta-fogo, para a apoteótica descida final. E foi precisamente na última pedalada, mesmo ao chegar ao largo do corta-fogo que o inesperado aconteceu. Um som metálico faz virar as cabeças na direcção da bicicleta do Miguel, e 2 segundos depois o motivo do barulho estava claramente à vista. O desviador traseiro, agonizante, ficava agora acima do aperto da roda!

A força nos pedais é tanta, que o dropout pura e simplesmente partiu!
Felizmente foi num local onde já não se pedalava nem em força, nem em velocidade, pelo que o estrago se resumiu apenas ao dropout.

10 minutos bastaram para que se trocasse o dropout por um novo, que em jeito de prevenção anda sempre na mochila. Há que encomendar mais um par, não vá o diabo tecê-las de novo!

O resto da volta é trivial. Estradão de Couce até à estrada principal, e depois, casa.

Fica um interessante gráfico de altimetria, com 3 cumes, numa volta que aparentemente parecia simples.

É a sorte que temos em ter um recreio de BTT, mesmo ao lado de casa! Nunca se esgotam as opções e sai sempre uma volta divertida.


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